sexta-feira, 25 de março de 2011

A IMPORTÂNCIA DA LEITURA

Fonte: Estadão

Imagine uma sala com prateleiras e estantes repletas de livros de todos os tipos: romances, poesias, crônicas, contos, ensaios, dicionários e enciclopédias. No centro, uma mesa de estudos, onde um aluno faz sua lição de casa. Nos lares brasileiros, essa cena ainda é rara: somos o país onde as crianças têm menos livros em casa. É o que mostra um levantamento inédito do Movimento Todos Pela Educação, com base no Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa) de 2010, que analisou 65 países. Cerca de 39% dos estudantes brasileiros declararam possuir, no máximo, dez obras literárias.

A pesquisa mostra ainda que jovens que convivem com livros em casa apresentaram um desempenho melhor nas provas do programa.

Tiago Queiroz/AE
Hábito. Michelle la Marck, de 14 anos, foge dos resumos e busca sempre a íntegra das obras; ela recebeu na escola um certificado de quem alugou mais livros

Com obras na estante, nota aumenta em até 17%

Estudo do Todos Pela Educação mostra que a quantidade de livros em casa acompanha uma melhora no desempenho no Pisa

 

“Um leitor crítico tem mais potencial na escola, especialmente nas disciplinas de ciências humanas. Um exemplo é o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem): se não souber interpretar o texto, não adianta saber o conceito”, opina Luiz Chinan, presidente do Instituto Canal do Livro.

Para tornar as obras atraentes, as escolas investem em diversas iniciativas. No Colégio São Domingos, na zona oeste paulistana, por exemplo, os alunos fazem viagens à terra natal dos autores. Cordisburgo, no norte de Minas Gerais onde nasceu Guimarães Rosa, e o sul da Bahia, onde Jorge Amado ambientou suas histórias, são destinos certos. “O livro tem de fazer sentido. Só assim o aluno se interessa de verdade”, afirma o diretor Silvio Barini Pinto.

Promover a interdisciplinaridade, relacionando literatura com geografia e história, e trabalhar parcerias com as famílias são outros recursos explorados pelas escolas. “Com o repertório mais amplo, o aluno transporta conhecimento para sua vida escolar e para o mundo, contribuindo como cidadão”, conta Gisele Magnossão, diretora pedagógica do Colégio Albert Sabin.

Resultados. Os alunos que leem por prazer afirmam que é nítido o impacto positivo do hábito na vida escolar. Eliakim Ferreira Oliveira, de 15 anos, atribui sua conquista - uma bolsa no colégio Santa Maria - ao “vício” em livros. Ex-aluno da rede pública, ele se destacou por seu desempenho e conseguiu a vaga na escola, uma das melhores de São Paulo segundo o Enem. 

“Ler bastante foi crucial na minha vida”, diz ele, que leu A Evolução da Física, de Albert Einstein e Leopold Infeld, aos 9 anos. Entre os autores que já leu estão Friedrich Nietzsche, James Joyce, John Keats e até Dan Brown (O Código da Vinci).

Brasil: baixa posição
A média do País no Pisa subiu 33 pontos entre 2000 e 2009. Mas o Brasil ainda figura no 53º lugar entre 65 países e a maioria dos alunos não passou do primeiro dos seis níveis de conhecimento. 

PRESTE ATENÇÃO
1.Ler histórias com os filhos em casa é uma das principais dicas dos especialistas para despertar o interesse por livros nas crianças.

2.Os pais devem acompanhar, em parceria com a escola, como está a leitura dos filhos. Para isso, o contato com os professores é essencial.

3.Levar as crianças para visitar livrarias é uma boa opção. Presenteá-las com livros também é uma prática indicada pelos educadores.

4.Passeios por bibliotecas, públicas ou privadas, também ajudam a despertar o interesse. A escola deve estimular e pode acompanhar a ida.

5.Estimular a comunicação escrita com os filhos, por meio de bilhetes e e-mails, também é um modo de influenciar a criança a ler.

6.Além de livros, vale a pena incentivar as crianças a ler de tudo: jornais, revistas, gibis e até folhetos. Assim elas se sentem “parte do mundo”.

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Nota:
As escolas, em sua maioria, não formam leitores, talvez por não estarem preparadas para trabalhar com a literatura de forma prazerosa e desvinculada de uma atividade didática, compulsória, com o intuito de tão somente avaliar o aluno, afastando-o ainda mais do livros. Porém, a escola ainda é o principal canal a quem é confiada a tarefa de iniciar a criança no mundo plural e infinito da leitura, e, quando esse trabalho de base não é realizado satisfatoriamente, fica ainda mais difícil depois.
Quanto aos pais, não digo que deveria ser sua a responsabilidade, mas digo sim ,que deveria ser seu maior prazer. Satisfação em revelar para o filho o mundo maravilhoso dos livros., aguçar sua imaginação, sua curiosidade e criatividade. Vejamos o que a professora Marisa Lajolo diz:

Ninguém nasce sabendo ler: aprende-se a ler à medida que se vive. Se, geralmente, se aprende a ler livros nos bancos da escola, outras leituras se aprendem por aí, na chamada escola da vida: a leitura do vôo das arribações que indica a seca - como sabe quem lê ‘Vidas Secas’, de Graciliano Ramos - independe da aprendizagem formal e se perfaz na interação cotidiana com o mundo das coisas e dos outros. Como entre tais coisas e tais outros se incluem também livros e leitores, fecha-se o círculo: lê-se para entender o mundo, para viver melhor.

Em nossa cultura, quanto mais abrangente a concepção de mundo e de vida, mais intensamente se lê, numa espiral quase sem fim, que pode e deve começar na escola, mas não pode (nem costuma) encerrar-se nela. Do mundo da leitura a leitura do mundo, o trajeto se cumpre sempre, refazendo-se, inclusive, por um vice-versa que transforma a leitura em prática circular e infinita. Como fonte de prazer e de sabedoria, a leitura não esgota seu poder de sedução nos estreitos círculos da escola. (LAJOLO, M. Do mundo da leitura para a leitura do mundo. São Paulo: Ática, 1999)

A BOLA E O LIVRO

Por Galeno Amorim
O sonho de Edward era ser jogador de futebol. Começaria, por certo, no seu glorioso Mirassol Futebol Clube e, depois, quem sabe, poderia jogar num time grande. Ou mesmo virar ídolo do escrete nacional... Sonho, enfim, era o que não faltava.

E por falta de treino é que não lhe escaparia a chance. Todo santo dia ele e um bando de garotos sem eira nem beira praticavam com fervor quase religioso, rumo à glória praticamente certa.

Naquela metade de século 20, este era o sonho dele e de milhões de Edwards pelo ainda não País do futebol.

E, de certa forma, não deixa de ser verdade que foi graças ao futebol - ou, melhor, a uma partida de futebol - que a vida começou a dar uma guinada pra ele. Tudo começou naquele dia em que Edward, menino de não mais do que oito anos, participava de uma disputadíssima pelada no pátio da escola.

Até que em determinada altura da peleja um perna de pau qualquer dá um tremendo chutão. A bola vai parar lá longe. Escalado pra resgatar a preciosa, que se enfiara por uma maldita janela aberta, lá foi o jogador agora travestido de gandula.

E o que viu, do outro lado, chamou a atenção de Edward. E tanto que ele jamais voltou para terminar a partida.

Nunca aquele menino havia visto tanto livro junto. Aquilo, ele que não era bobo nem nada logo percebeu, era uma biblioteca. E, justo naquela hora, chegava à escola uma penca de livros novinhos em folha.

Edward pegou um deles por acaso - o título da obra era "A Banana que Comeu o Macaco", disso jamais ele se esqueceria pelo resto de sua vida. Em um ano, Edward leria nada menos do que 250 livros.

Aos poucos, também já escrevia melhor. Um dia, o professor mandou, sem que ele soubesse, um texto de sua autoria para participar de um concurso. E não é que o rapazote faturou o primeiro lugar?!

Edward passou a gostar cada vez mais dessa história de leitura. Abiscoitou um outro prêmio aqui, outro lá, e até passou a ganhar algum dinheiro com isso.

Um dia foi prestar concurso para o Banco do Brasil, disputado quase a tapa por jovens interessados numa carreira estável e respeitada. Só que, na hora da prova, ele tirou foi um belo dum zero em Contabilidade. Graças aos livros que se habituara a ler, conseguiu livrar a cara, com nota dez em todas as outras matérias.

De novo os livros mudariam o rumo de sua vida: um dia Edward corrigiu, sem qualquer pretensão, a professora do Cursinho. Sua argumentação era tão consistente que a escola não teve dúvidas: demitiu a professora e contratou o aluno no lugar dela.

Para dar conta das aulas de Latim na faculdade, o moço foi buscar ajuda em um sebo paulistano. Como o dinheiro era curto, fez vários resumos. Quando se deu conta, já tinha escrito seu próprio livro - o primeiro de uma longa série ainda por vir.

Edward e os livros pareciam mesmo fadados uns ao outro. E decidiu ir de vez atrás deles e abraçar a carreira de linguista. Acabou ficando famoso. Hoje em dia, não há faculdade de Letras no País que não estude ou não tenha como referência pelo menos uma obra de Semiótica e Linguística do professor Edward Lopes.

- A arte é eterna, mas a Ciência, não... - ele ensina.

A seleção brasileira de futebol pode ter perdido um talento incerto. Mas o País acabaria por ganhar um tarimbado craque das letras.

AS VÁRIAS FACES DE PESSOA

PublishNews
Advogado pernambucano escreve livro sobre as muitas personas assumidas por Pessoa



Fruto de dez anos de pesquisas sobre o poeta português, Fernando Pessoa: Uma quase autobiografia (Record, 736 pp., R$ 79,90), escrito pelo advogado pernambucano José Paulo Cavalcanti Filho, traz a referência das muitas personas assumidas por Pessoa ao longo de sua carreira literária. Seus heterônimos, muitos deles desconhecidos do grande público, revelam-se no livro com detalhes, apresentando a produção e as origens de cada um desses que habitaram o imaginário e a escrita do poeta. Mergulhado na vida do português, Cavalcanti foi compreendendo melhor aquele homem inquieto, suas angústias e a dimensão de sua obra. Em Lisboa, converso
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u com pessoas que o conheceram, tocou papéis escritos por ele e visitou as casas onde morou.

domingo, 20 de março de 2011

ESPERANDO A QUARTA-FEIRA DE CINZAS...

Enquanto o mundo volvia os olhos para o terremoto no Japão, os brasileiros, e sobretudo, os baianos (detentor do título de maior festa de rua do mundo), estavam entretidos na festa da carne.

Veja o vídeo, corajoso e oportuno da repórter paraibana, Rachel Sheherazade sobre sua idignação quanto ao carnaval. E nós que não vamos a estas festas, ficamos refém em nossa própria casa, sem poder sair e sermos massacrados pela multidão, ou se refugiar em outros lugares.

Sinais do fim – todos de uma vez

 Por Michelson Borges

Quando são mencionados os sinais da volta de Jesus, algumas pessoas respondem mais ou menos assim: “Terremotos, fome e violência sempre existiram.” É verdade, muitas dessas mazelas sempre existiram, desde que Adão e Eva foram expulsos do paraíso após desobedecerem a Deus. Ao que tudo indica, terremotos são efeitos secundários do dilúvio, que causou a fragmentação da crosta terrestre em grandes placas mais ou menos instáveis. O que muitos não estão se dando conta é da intensidade e ocorrência simultânea de todos os sinais numa mesma época. É como as dores do parto que vão se tornando mais intensas e sentidas a intervalos cada vez menores à medida que vai chegando o momento de dar à luz. Jesus breve voltará para dar fim à história de pecado e para enxugar dos olhos toda a lágrima (Ap 21:4).

A Revista do Ancião (CPB) de abril-junho de 2011 traz um esboço de sermão interessante preparado por Frank Breaden, da Austrália. O título é “Dez Grandes Sinais da Volta de Jesus”. Confira a lista:

1. O sinal dos “escarnecedores” (2Pe 3:3, 4). Pedro anunciou que as condições prevalecentes nos “últimos dias” seriam de descrença a respeito dos sinais da vinda de Cristo. Sem dúvida, isso é verdade hoje. Cada escarnecedor moderno é um sinal que fala e se move. O cristão pode dizer ao escarnecedor: “Amigo, Pedro fez uma predição a seu respeito. Você é um dos últimos sinais que estou vendo!”

2. O sinal da “guerra” (Mt 24:6, 7). O século 20 testemunhou as duas maiores guerras da história (1914-1918; 1939-1945). No total, mais de 70 milhões de pessoas morreram, ficaram feridas ou desapareceram). O século 20 foi o mais sangrento já registrado. [E as guerras continuam...]

3. O sinal da “fome” (Mt 24:7). Os últimos cem anos testemunharam quatro das maiores fomes de toda a história (Rússia 1921, 1933; China 1928-1930; Bangladesh 1943-1944. Estima-se que cerca de 20 milhões de pessoas morreram). [Leia mais aqui.]

4. O sinal da “pestilência” (Mt 24:7). O século passado testemunhou também uma das maiores pestilências de toda a sua história (“Gripe Espanhola” de 1918. Estima-se 21 milhões de vítimas). [Isso sem contar o iminente risco da superbactéria.]

5. O sinal dos “terremotos” (Mt 24:7). O último século ainda testemunhou dois dos maiores terremotos da história (China, 1920, 180 mil mortos; Japão, 1923. Total de feridos 1,5 milhão, dos quais 200 mil morreram). O terremoto no Japão foi descrito na ocasião como a “maior catástrofe desde o dilúvio”. [Faltou mencionar os terríveis terremotos do Haiti, no ano passado, e o quarto maior terremoto da história, ocorrido neste mês, no Japão, com intensidade máxima de 9 graus na escala Richter.]

6. O sinal dos “tempos difíceis” (2Tm 3:1-3). A despeito dos equipamentos mais engenhosos e caros para combater o crime, a violência, assassinato, roubo e estupro, estes estão aumentando em proporções alarmantes. Os governos podem restringir, mas não eliminar esses problemas.

7. O sinal do “temor” (Lc 21:25-26). Desde o advento da bomba nuclear, nosso sonho de paz e segurança se transformou em terrível pesadelo, quando o grande conhecimento que os seres humanos adquiriram deveria lhes garantir segurança. [O terrorismo crescente também gera medo.]

8. Sinal dos “Dias de Noé” (Mt 24:37-39). Nos dias de Noé, o avanço e grande conhecimento da civilização foram ofuscados pela violência desenfreada e pela escandalosa imoralidade. O mesmo ocorre hoje. [Mundo torto.]

9. O sinal do “evangelho” (Mt 24:14). Durante os últimos anos, por meio da página impressa, da internet, rádio e televisão, a pregação do evangelho em escala mundial se tornou uma possibilidade real. Um único homem pode atingir uma audiência de dezenas e mesmo centenas de milhões de pessoas! A Bíblia está traduzida em mais de 1.300 línguas e é distribuída a uma média de 100 milhões de cópias por ano.

10. O sinal “estas coisas” (Lc 21:28-32). Quando confrontadas com a impressiva relação de sinais, algumas pessoas argumentam: “Mas crimes, guerras, terremotos e pestilências sempre ocorreram. Não há nada de anormal nisso; portanto, como tratá-las como sinais? Além do mais, pessoas sinceras no passado esperaram a volta do Senhor em seus dias e foram desapontadas. Elas interpretaram mal os sinais. Não poderíamos estar cometendo o mesmo equívoco?” Aqueles que levantam essa objeção deixam de considerar uma diferença muitíssimo significativa entre a nossa geração e as gerações passadas: hoje, pela primeira vez, desde que Jesus ascendeu ao Céu, todos os principais sinais preditos para o tempo do fim estão sincronizados! Um ou mais desses sinais podem ter ocorrido nas gerações passadas, mas nunca todos eles ocorreram simultaneamente, como vemos hoje!

Conclusão

1. Jesus nunca nos pediu que crêssemos na proximidade de Sua vinda com base apenas em um sinal. Um floco de neve não provoca uma avalanche. Mas quando todos os sinais rapidamente se multiplicam, dando assim seu testemunho acumulado, se transformam em uma avalanche de irresistível poder. Portanto, inequivocamente esses sinais da vinda de Cristo não deixam margem para que pessoas inteligentes deixem de reconhecê-los. São tão claros como se Deus estivesse falando por intermédio dos trovões ou se estivesse escrevendo em letras gigantescas no céu!

2. Por que você imagina que Deus nos deu a oportunidade de ouvir essas maravilhosas boas-novas? Para que pudéssemos “discernir os sinais dos tempos” e estar prontos para receber Jesus com avidez e alegria.

3. Lucas 21:28: “Ora, quando estas coisas começarem a acontecer, olhai para cima e levantai a vossa cabeça; porque a vossa redenção está próxima.”

''A'' que antecede plural não é craseado

Por Thaís Nicoleti
 
Mais uma vez a crase. Vale lembrar que a crase é a fusão da preposição “a” com o artigo feminino “a” – pelo menos, na maior parte das vezes. Por esse motivo, é preciso conhecer o emprego tanto da preposição quanto do referido artigo.

A preposição “a” carrega diversos significados, entre os quais o de movimento (daí introduzir as expressões de lugar que se seguem a verbos de movimento) e o de destinatário de ação (é, por excelência, a preposição do objeto indireto).

Assim, encontraremos construções como “ir ao cinema”, “chegar ao trabalho”, “entregar o documento a alguém”, “dizer algo a alguém” etc. Se o termo que se segue a essa preposição for masculino, ocorrerá a combinação “ao”; se for feminino, ocorrerá a crase (“à”), que equivale à hipotética combinação “aa”. Daí construções como “ir à igreja”, “chegar à festa”, “entregar o documento à diretora”, “dizer algo à mãe” etc.

Pode ocorrer, entretanto, que o substantivo que se segue à preposição “a” não seja antecedido de artigo. 
Isso normalmente ocorre quando esse substantivo é posto no plural com a intenção de acentuar seu sentido geral. Assim: “Referia-se a homens e a mulheres de bom caráter”.

No fragmento abaixo, o acento grave (indicador da crase) aparece no “a” que antecede um plural, coisa que não deve ocorrer em hipótese alguma, dado que, se houvesse um artigo, este estaria no plural. Observe o fragmento:

“O Consulado brasileiro em Tóquio preparou duas viagens à cidades atingidas pelo terremoto e tsunami que assolaram o Japão na última sexta-feira (11).”

Há duas formas de corrigir o fragmento: “viagens a cidades atingidas pelo terremoto”  ou “viagens às cidades atingidas pelo terremoto”. Esta última parece ser a mais adequada, considerando-se que o consulado vá promover viagens a todas as cidades atingidas, A presença do artigo indica a totalidade das cidades atingidas, enquanto a sua ausência pode conferir imprecisão à informação (não estaria claro se as viagens seriam feitas a todas as cidades ou a apenas algumas delas).

Assim, seguem as duas possibilidades de correção:

O consulado brasileiro em Tóquio preparou duas viagens às cidades atingidas pelo terremoto e pelo tsunami que assolaram o Japão na última sexta-feira (11).

O consulado brasileiro em Tóquio preparou duas viagens a cidades atingidas pelo terremoto e pelo tsunami que assolaram o Japão na última sexta-feira (11).


quinta-feira, 17 de março de 2011

Onde ficam as vírgulas?

Por Thaís Nicoleti

Muita gente apela para a intuição na hora de colocar as vírgulas, mas nem sempre os resultados dessa prática são satisfatórios. Há certas regras que, seguidas, facilitam a compreensão do texto.

O aposto explicativo, por exemplo, deve ficar entre vírgulas. Esse tipo de aposto contém uma explicação acerca do termo anterior, ou seja, uma informação de caráter suplementar. Assim: “A presidente do Brasil, Dilma Rousseff, receberá o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama”. Note que seria possível eliminar os nomes Dilma Rousseff e Barack Obama sem prejuízo do sentido da frase (A presidente do Brasil receberá o presidente dos Estados Unidos), pois eles são meramente explicativos. Esse tipo de elemento fica entre vírgulas.

Veja o que ocorre no fragmento abaixo:

Obama e a família – a primeira-dama Michelle Obama e as filhas Malia e Sasha–  estarão em Brasília, no próximo dia 19, e no Rio de Janeiro, dia 20.

Entre travessões está explicado o termo “família” (de Obama). Trata-se, portanto, de um aposto. Até aí, sem problemas. Observe, porém, que, no interior do aposto, há outros apostos. Seria possível dizer apenas 

Obama e a família – a primeira-dama e as filhas do casal– estarão em Brasília...

Os nomes das pessoas funcionam como apostos explicativos. Deveriam, portanto, estar entre vírgulas. Assim:

Obama e a família – a primeira-dama, Michelle Obama, e as filhas, Malia e Sasha–  estarão em Brasília...

A vírgula que encerraria o segundo aposto (depois de Sasha) desaparece em virtude da presença do travessão.

O problema de vírgulas do fragmento, no entanto, ainda não está resolvido. Os adjuntos adverbiais de tempo estão desnecessariamente separados por vírgulas. Como estão depois de adjuntos adverbiais de lugar, essas vírgulas são dispensáveis. Assim:

... estarão em Brasília no próximo dia 19 e no Rio de Janeiro no dia 20.

Observe que, quando os adverbiais são da mesma natureza, usam-se as vírgulas. Assim:

Amanhã, às 14h,será realizada a reunião.

Os dois adjuntos adverbiais indicam tempo, o primeiro é mais geral (amanhã), o segundo é mais preciso (às 14h).

Abaixo, o fragmento com as vírgulas recolocadas:

Obama e a família –  a primeira-dama, Michelle Obama, e as filhas do casal, Malia e Sasha –  estarão em Brasília no próximo dia 19 e no Rio de Janeiro no dia 20.

sexta-feira, 4 de março de 2011

MORRE AOS 102 ANOS VIÚVA DE GUIMARÃES ROSA

Aracy Moebius de Carvalho Guimarães Rosa, viúva do escritor João Guimarães Rosa (1908-1967), morreu na manhã de (03/03/11) de causas naturais, em São Paulo.

Ela tinha 102 anos e sofria do Mal de Alzheimer.

 

Aracy e Rosa se conheceram em Hamburgo, Alemanha, às vésperas da Segunda Guerra, quando ambos trabalhavam no consulado brasileiro na cidade.


Encarregada da seção de vistos, Aracy ajudou dezenas de famílias judias a fugirem da Alemanha.


O papel de Aracy foi reconhecido com uma placa em seu nome no Jardim dos Justos, no Museu do Holocausto de Jerusalém. É homenageada ainda no Museu do Holocausto em Washington.


Aracy ficou imortalizada na literatura brasiliera com a dedicatória que Guimarães Rosa dedicou a ela no livro "Grande Sertão: Veredas" (1956): "A Aracy, minha mulher, Ara, pertence este livro".


Ela deixa quatro netos e oito bisnetos.


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