sexta-feira, 27 de maio de 2011

A LÍNGUA FALADA E A LÍNGUA ESCRITA

Fonte: Observatório da Imprensa

Programa exibido pela TVE, canal 2, dia 25/05/2011.
Debate sobre o livro didático que permite erro de português, entre Deonísio da Silva, Sérgio Nogueira e Marcos Bagno.


EVENTO DE EDUCAÇÃO UFBA: UMA VEZ TODO MÊS


30 de maio de 2011 de 9h as 11h30

Clique na imagem para ampliar as informações.

terça-feira, 24 de maio de 2011

EVENTO: CONVERSAS PLUGADAS COM AGUALUSA NO TCA E NA CULTURA


 


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LANÇAMENTO DO LIVRO MILAGRÁRIO PESSOAL NA LIVRARIA CULTURA

A UNIJORGE / Pós-UNIJORGE mais a UFBA e a Livraria Cultura (Salvador Shopping) fará um evento extra com o autor, conforme descrito abaixo. Mesa redonda será composta pelo autor, pelo professor João Edson Rufino (UNIJORGE / UNEB) e por professores da UFBA.
 

Serviço - Evento 2

Nome
Mesa-rendonda com Agualusa e lançamento do livro Milagrário pessoal

Atração
Agualusa - escritor angolano, destacado como um dos principais autores da litetratura mundial contempornea; seu livro Nação Crioula acaba se ser inserido na lista do vestibular da UFBA; site do autor http://www.agualusa.info/



Local
Livraria Cultura (Salvador Shopping)

Data
9/6/2011

Horário
19 horas

Realização (Marcas que serão divulgadas)
Livraria Cultura

Instituto de Letras da UFBA - ILUFBA

Curso de Letras - UNIJORGE

Pós-Unijorge

sábado, 21 de maio de 2011

II ENCONTRO - FACULDADE DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS - UFBA


13 a 17 de junho de 2011
Salão Nobre da Reitoria da UFBA - Canela

Comemorando especialmente os 70 da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da UFBA, o espaço de São Lázaro irá abrigar, de 13 a 17 de junho de 2011, um grande encontro dos programas de pós-graduação e também da pesquisa na graduação.

Segue a programação abaixo. Ressalto a presença, dia 16/06, do historiador e escritor Sidney Chalhoub, que navega entre a literatira e a história, muito interessante para a área de letras.

Segunda-feira, 13 de junho
18:30 horas – Abertura do Encontro. Conferência de István Mészáros, CRISE ESTRUTURAL NECESSITA DE MUDANÇA ESTRUTURAL.


Terça-feira, 14 de junho
18:30 horas – Conferência de Oswaldo Giacoia Júnior, ESSES GREGOS ERAM SUPERFICIAIS – POR PROFUNDIDADE!

Quarta-feira, 15 de junho
18:30 horas – Conferência de Ricardo Antunes, PARA ONDE VAI O MUNDO DO TRABALHO?


Quinta-feira, 16 de junho
18:30 horas – Conferência de Sidney Chalhoub, A FORÇA DA ESCRAVIDÃO: ILEGALIDADE E COSTUME NO BRASIL OITOCENTISTA.


Sexta-feira, 17 de junho
10:30 horas – Encerramento do Encontro. Conferência de Francisco de Oliveira, POLÍTICA E ECONOMIA SOB A HEGEMONIA ÀS AVESSAS.


Maiores detalhes, na fonte. Acesse: FFCH


sexta-feira, 20 de maio de 2011

APRENDI PELA MINHA RECUSA EM APRENDER

Depoimento:Rubem Alves

O escritor lembra os seus anos de escola e revela qual foi seu professor mais marcante

 

Acho que foi Mark Twain que disse: "Nunca permiti que a escola interferisse na minha educação..." Fiquei a pensar: o que foi que a escola me ensinou? - pergunta que é diferente de uma outra, "o que aprendi na escola?".
Aprendi muito na escola "a despeito dela": ela foi apenas o espaço onde encontrei professores que me ensinaram a pensar. Aprendi pela minha recusa em aprender. Já ao fim da sua vida, Brunno Betelheim, falando de sua experiência com a escola, declarou: "Na escola os professores tentavam ensinar aquilo que eles queriam ensinar mas eu não queria aprender. Por isso não aprendi..."

Lembro-me bem do jovem professor de literatura - disciplina pela qual eu nutria uma grande ogeriza. Ele nunca ensinou análise sintática, nem pediu que fizéssemos "fichamentos"e  nem fazia chamada. Éramos livres para deixar a sala, se quiséssemos. Mas ninguém deixava... Ninguém queria perder o prazer de vê-lo encarnar as grandes obras da literatura.



Foi assim que a escola me ajudou: forçando-me a pensar ao contrário dos meus próprios pensamentos...


Rubem Alves é psicanalista e educador. É autor de diversos livros e artigos, entre eles uma série de livros infantis.
Viste o site do Grupo Editorial Record e veja os títulos de Rubem Alves editados pela Editora Verus: Clique aqui!

 

ARIANO SUASSUANA EM SALVADOR




O escritor Ariano Suassuna estará em Salvador para um bate-papo no dia 8 de junho, às 19h30, no Salão Nobre da Reitoria da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Autor de “O Auto da Compadecida”, “Romance da Pedra do Reino”, "Santo e a Porca", dentre outros, o dramaturgo, romancista e poeta brasileiro se apresenta pelo projeto Diálogos Universitários. O evento é gratuito, mas tem vagas limitadas. As inscrições devem ser realizadas no site Diálogos Universitários (www.dialogosuniversitarios.com.br).


quinta-feira, 19 de maio de 2011

QUINO, DESILUDIDO COM O SÉCULO...

Quino, o cartunista argentino autor da Mafalda, desiludido com o rumo deste século no que diz respeito a valores e educação, deixou impresso no cartum o seu sentimento:

















Só estamos no início do século. O que será de nós e de nossos filhos nas próximas décadas?

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Cristovam Buarque critica livros didáticos que admitem ensino com erros de gramática

Fonte: Estadão

Em discurso nesta segunda-feira, 16, no Plenário, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) criticou livros didáticos autorizados pelo Ministério da Educação (MEC) que admitem o ensino da língua portuguesa com erros de gramática. Assim, de acordo com o senador, o Brasil vai criar duas línguas: o Português dos condomínios e dos shoppings e o Português das ruas e dos campos.


"Permitir a criação de dois idiomas é quebrar o que há de mais substancial na unidade de um povo", afirmou.



O senador criticou o argumento de que é preciso quebrar o preconceito contra aqueles que não falam bem a língua oficial e afirmou que o ideal é ensinar a todos o português correto. Para Cristovam Buarque, o povo e a elite precisam aprender a língua oficial e sem erros. O senador lembrou que nos concursos públicos e vestibulares não são aceitos os erros de gramática.


"Não se trata de sotaque, nem de vocabulário, mas de gramática. Permitir duas línguas é fortalecer o apartheid brasileiro."

Leia na íntegra o discurso de Cristovam Buarque: Clique aqui

segunda-feira, 16 de maio de 2011

POLÊMICA OU IGNORÂNCIA?

Para ampliar nosso conhecimento e discussão, estou postando abaixo o texto que Marcos Bagno escreveu no site oficial dele referente a questão do livro que o MEC adotou.

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Marcos Bagno
Universidade de Brasília

DISCUSSÃO SOBRE LIVRO DIDÁTICO SÓ REVELA IGNORÂNCIA DA GRANDE IMPRENSA


Para surpresa de ninguém, a coisa se repetiu. A grande imprensa brasileira mais uma vez exibiu sua ampla e larga ignorância a respeito do que se faz hoje no mundo acadêmico e no universo da educação no campo do ensino de língua.

Jornalistas desinformados abrem um livro didático, leem metade de meia páginae saem falando coisas que depõem sempre muito mais contra eles mesmos doque eles mesmos pensam (se é que pensam nisso, prepotentementeconvencidos que são, quase todos, de que detêm o absoluto poder da informação).

Polêmica? Por que polêmica, meus senhores e minhas senhoras? Já faz mais de quinze anos que os livros didáticos de língua portuguesa disponíveis no mercado e avaliados e aprovados pelo Ministério da Educação abordam o tema da variação linguística e do seu tratamento em sala de aula. Não é coisa de petista, fiquem tranquilas senhoras comentaristas políticas da televisão brasileira e seus colegas explanadores do óbvio.

Já no governo FHC, sob a gestão do ministro Paulo Renato, os livros didáticos de português avaliados pelo MEC começavam a abordar os fenômenos da variação linguística, o caráter inevitavelmente heterogêneo de qualquer língua viva falada no mundo, a mudança irreprimível que transformou, tem transformado, transforma e transformará qualquer idioma usado por uma comunidade humana. Somente com uma abordagem assim as alunas e os alunos provenientes das chamadas “classes populares” poderão se reconhecer no material didático e não se sentir alvo de zombaria e preconceito. E, é claro,  com a chegada ao magistério de docentes provenientes cada vez mais dessas mesmas “classes populares”, esses mesmos profissionais entenderão que seu modo de falar, e o de seus aprendizes, não é feio, nem errado, nem tosco, é apenas uma língua diferente daquela – devidamente fossilizada e conservada em formol – que a tradição normativa tenta preservar a ferro e fogo, principalmente nos últimos tempos, com a chegada aos novos meios de comunicação de pseudoespecialistas que, amparados em tecnologias inovadoras, tentam vender um peixe gramatiqueiro para lá de podre.

Enquanto não se reconhecer a especificidade do português brasileiro dentro doconjunto de línguas derivadas do português quinhentista transplantados para as colônias, enquanto não se reconhecer que o português brasileiro é uma língua em si, com gramática própria, diferente da do português europeu, teremos de conviver com essas situações no mínimo patéticas.

A principal característica dos discursos marcadamente ideologizados (sejam eles da direita ou da esquerda) é a impossibilidade de ver as coisas em perspectiva contínua, em redes complexas de elementos que se cruzam e entrecruzam, em ciclos constantes. Nesses discursos só existe o preto e o branco, o masculino e o feminino, o mocinho e o bandido, o certo e o errado e por aí vai.

Darwin nunca disse em nenhum lugar de seus escritos que “o homem vem do macaco”. Ele disse, sim, que humanos e demais primatas deviam ter se originado de um ancestral comum. Mas essa visão mais sofisticada não interessava ao fundamentalismo religioso que precisava de um lema distorcido como “o homem vem do macaco” para empreender sua campanha obscurantista, que permanece em voga até hoje (inclusive no discurso da candidata azul disfarçada de verde à presidência da República no ano passado).

Da mesma forma, nenhum linguista sério, brasileiro ou estrangeiro, jamais disse ou escreveu que os estudantes usuários de variedades linguísticas mais distantes das normas urbanas de prestígio deveriam permanecer ali, fechados em sua comunidade, em sua cultura e em sua língua. O que esses profissionais vêm tentando fazer as pessoas entenderem é que defender uma coisa nãosignifica automaticamente combater a outra. Defender o respeito à variedade linguística dos estudantes não significa que não cabe à escola introduzi-los aomundo da cultura letrada e aos discursos que ela aciona. Cabe à escola ensinar aos alunos o que eles não sabem! Parece óbvio, mas é preciso repetir isso a todo momento.

Não é preciso ensinar nenhum brasileiro a dizer “isso é para mim tomar?”, porque essa regra gramatical (sim, caros leigos, é uma regra gramatical) já faz parte da língua materna de 99% dos nossos compatriotas. O que é preciso ensinar é a forma “isso é para eu tomar?”, porque ela não faz parte da gramática da maioria dos falantes de português brasileiro, mas por ainda servir de arame farpado entre os que falam “certo” e os que falam “errado”, é  dever da escola apresentar essa outra regra aos alunos, de modo que eles – se julgarem pertinente, adequado e necessário – possam vir a usá-la TAMBÉM. O problema da ideologia purista é esse também.

Seus defensores não conseguem admitir que tanto faz dizer assisti o filme quanto assiti ao filme, que a palavra óculos pode ser usada tanto no singular (o óculos, como dizem 101% dos brasileiros) quanto no plural (os óculos, como dizem dois ou três gatos pingados).

O mais divertido (para mim, pelo menos, talvez por um pouco de masoquismo) é ver os mesmos defensores da suposta “língua certa”, no exato momento em quea defendem, empregar regras linguísticas que a tradição normativa que eles acham que defendem rejeitaria imediatamente. Pois ontem, vendo o Jornal das Dez, da GloboNews, ouvi da boca do sr. Carlos Monforte essa deliciosa pergunta: “Como é que fica então as concordâncias?”. Ora, sr. Monforte, eu lhe devolvo a pergunta: “E as concordâncias, como é que ficam então?

O ÚNICO PATRMÔNIO QUE NINGUÉM TIRA DO SER HUMANO É O CONHECIMENTO

Depoimento de Lázaro Ramos no Educar para Crescer

O ator conta que que a Educação lhe ajudou a estar sempre atento e curioso

Na escola, Lázaro Ramos descobriu estratégias para lidar com as mais diversas dificuldades

Gosto muito de falar uma frase pois ela é uma certeza para mim: o único patrimônio que ninguém tira do ser humano é o conhecimento. Por isso, a escola é tão importante. Estudei em colégio particular e também em público e lá descobri o prazer da leitura, aprendi a compartilhar alegrias e descobri estratégias para lidar com as mais diversas dificuldades.

A Educação escolar agregada com a dada pela minha família me deixou preparado para enfrentar o mundo fora dos muros da escola e do quintal de casa. Na escola eu também descobri as minhas possibilidades por causa de educadores tão apaixonados pelo que faziam.

A Educação me deu preparação para o mercado de trabalho. Me ajudou a descobrir o meu talento e acima de tudo me ensinou a estar sempre atento e curioso.

Lázaro Ramos é ator e cineasta. Atuialmente está no ar na novela Insensato Coração, da TV Globo

 

MEC DISTRIBUI LIVROS QUE ACEITA ERROS DE PORTUGUÊS

Fonte: O Globo

O Programa Nacional do Livro Didático, do Ministério da Educação (MEC), distribuiu a cerca de 485 mil estudantes jovens e adultos do ensino fundamental e médio uma publicação que faz uma defesa do uso da língua popular, ainda que com incorreções. Para os autores do livro, deve ser alterado o conceito de se falar certo ou errado para o que é adequado ou inadequado. Exemplo: "Posso falar 'os livro'?' Claro que pode, mas dependendo da situação, a pessoa pode ser vítima de preconceito linguístico" - diz um dos trechos da obra "Por uma vida melhor", da coleção "Viver, aprender". 

Outras frases citadas e consideradas válidas são "nós pega o peixe" e "os menino pega o peixe". Uma das autoras do livro, Heloisa Ramos afirmou, em entrevista ao "Jornal Nacional", da Rede Globo, que não se aprende a língua portuguesa decorando regras ou procurando palavras corretas em dicionários. 

- O ensino que a gente defende é um ensino bastante plural, com diferentes gêneros textuais, com diferentes práticas de comunicação para que a desenvoltura linguística aconteça - disse Heloisa Ramos. 

Em nota encaminhada ao "Jornal Nacional", o Ministério da Educação informou que a norma culta da língua será sempre a exigida nas provas e avaliações, mas que o livro estimula a formação de cidadãos que usem a língua com flexibilidade. O propósito também, segundo o MEC, é discutir o mito de que há apenas uma forma de se falar corretamente. Ainda segundo o ministério, a escrita deve ser o espelho da fala.


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Nota: 
Vamos concordar que a variação linguística deve ser respeitada levando em conta que todo aluno traz consigo conhecimentos prévios apreendidos no seu meio de convívio. Porém devemos orientá-los ao que o País estabeleceu como padrão, visto que o próprio MEC que adotou este livro, vai cobrar mais tarde dos alunos a norma culta, através do vestibular e do ENEM.

Se como sistema, os colégios e professores se utlizam de livros que concordam com os "erros", quem irá instruir esses alunos? Temos que analisar os paradigmas que norteiam a língua portuguesa, ou será que estamos encaminhando para uma revolução no mundo das letras?

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A escritora Ana Maria Machado, imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL), foi outra a desaprovar o livro:
- Custo a crer que seja exatamente isso que a notícia traz, descontextualizado. Se for, é um absurdo total. 

Equivale a pretender aceitar que dois mais dois possam ser cinco, com a "boa intenção" de derrubar preconceitos aritméticos. Para evitar a noção de "errado", prefere-se, então, esse paternalismo condescendente de não corrigir.

Para ela, pode haver "malabarismos linguísticos", mas dentro de um contexto: 

- Com isso, consolida-se outro conceito, o de "coitadinho", tão pernicioso e tão prejudicial ao pleno desenvolvimento dos cidadãos. É claro que qualquer um pode cometer todos os barbarismos linguísticos que quiser, mas deve saber que eles só se sustentam dentro de um contexto (um autor que reproduza a fala popular, por exemplo) e têm um preço social. 


Ela ressalta, porém, que a escola deve ajudar o cidadão a ser poliglota da própria língua: 

- A escola deve ajudar o cidadão a se tornar um poliglota em sua própria língua, capacitando-o a utilizar registros diversos de linguagem em circunstâncias diferentes. 

O professor Sérgio Nogueira também não concorda com o tratamento adotado nos livros distribuídos pelo MEC: 

- É um absurdo. O ensino já está tão ruim. Trata-se de um incentivo ao desvio da norma.
Acham que o aluno é incapaz de aprender concordância. Existem variantes na nossa língua. Só que todos terem de aceitar é uma outra história. 

Segundo o ministério, a escolha dos livros didáticos não passa pelo crivo dos gestores públicos. A indicação é feita por universidades a partir de ofertas das editoras em licitações públicas. As universidades fazem a seleção com base na análise de livros sem capa e sem identificação de origem. Com a indicação, os livros vão para o catálogo do ministério. Mas o livro só é comprado e distribuído se algum professor se interessar pelo texto e fizer o pedido ao Programa Nacional do Livro Didático.

Alunos copistas são a nova face do analfabetismo funcional, que chega a atingir um terço da população brasileira

Fonte: O Globo

Foi no 4º ano do fundamental que Vanderson Washington da Silva aprendeu a ler e a escrever. Até ali, o jovem morador de Duque de Caxias, Baixada Fluminense, era um aluno copista: só copiava no caderno o que via no quadro - letras que, para ele, foram por muito tempo desenhos sem significado. O problema dos alunos copistas é um exemplo recente do analfabetismo funcional, que no país atinge um terço da população. 

Dos que aprenderam a ler e escrever mais tarde, entre 9 e 14 anos - característica do copista -, só 13% se tornaram plenamente alfabetizados, apontam dados inéditos calculados pelo Instituto Paulo Montenegro a pedido do GLOBO, sobre jovens de 15 a 24 anos das nove principais regiões metropolitanas do país. 

Se a definição mais conhecida de analfabeto funcional é quem lê mas não interpreta um texto, com o copista é pior: como só copia, não sabe que o "a" que escreveu, por exemplo, é um "a".
A professora passava no quadro, eu copiava, copiava, mas não entendia nada, não

- São crianças que não se apropriam do significado das palavras. Mas vão galgando as séries porque, como copiam, conseguem cumprir algumas tarefas em sala - diz Marilene Proença, professora da USP e integrante da Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional. 

Mostrando como o estudo sobre o copista é relativamente recente, é de 2007 uma das primeiras pesquisas sobre o tema, uma dissertação de Giuliana Temple na USP, orientada por Marilene Proença, com copistas da rede estadual paulista. O GLOBO teve contato com o problema dos copistas meses atrás, em reportagem sobre outro tema em Saracuruna, ao conversar com Marilene Silva, professora que coordena uma creche comunitária na área, a Santa Terezinha. Além de creche, ela oferece reforço gratuito a alunos da região. Foi lá que Vanderson se alfabetizou. 

- No colégio, a professora passava no quadro, eu copiava, copiava, mas não entendia nada, não - diz o menino, que sonha ser "dono de empresa".
"Chegam aqui sem conhecer o alfabeto"

Também recebem apoio na Santa Terezinha os irmãos Keteley e Erick do Nascimento, na mesma sala de reforço de Jéssica da Silva e Douglas Ribeiro. Estudam na região, no Ciep 318 e na Escola Municipal Marcílio Dias. 

- Na escola, estão em anos que seriam as antigas 1ª, 2ª, 3ª e 4ª séries. Chegam aqui sem conhecer o alfabeto. Às vezes, nem números - diz a aluna do ensino médio Cristiane Mattos, que, dando aula na Santa Terezinha, é a alfabetizadora das crianças.
No Piauí, Weldey Frankin, 14 anos, está matriculado no 3º ano do fundamental em Chapadinha Sul, zona rural de Teresina. Mas não sabe ler. Mudo, não passou por escola especial. Segundo a irmã, Amanda, "é ótimo desenhista". Desenha as letras dos livros. "Na hora de ele responder os exercícios, aponto as respostas no livro e ele copia", diz a irmã. 

- Já peguei um caderno de um aluno da 7ª série, de um colégio municipal de Porto Alegre, com tudo copiado corretamente. E ele não sabia ler. Era um artista! - conta Esther Grossi, ex-secretária de Educação de Porto Alegre e ex-deputada, presidente do Grupo de Estudos sobre Educação, Metodologia de Pesquisa e Ação (Geempa), que atua com correção de fluxo escolar.
- O aluno copista é forte candidato a ser um analfabeto funcional ao longo da vida - diz Ana Lúcia Lima, diretora-executiva do Instituto Paulo Montenegro, que desde 2001 calcula o Indicador de Alfabetismo Funcional (Inaf). - Ele tem grande risco de se tornar o chamado alfabetizado rudimentar: reconhece algumas palavras, escreve um bilhete, dá um troco, e pronto. 

Dois dos principais motivos apontados para o analfabetismo funcional são alfabetização tardia e baixa escolaridade dos pais. Segundo dados inéditos do Instituto Paulo Montenegro, sobre jovens das Regiões Metropolitanas, entre os alfabetizados plenos, 90% aprenderam a ler até os 8 anos. Quando o pai ou a mãe tem o fundamental, cerca de 69% dos filhos são analfabetos funcionais ou alfabetizados em nível básico. Mas, quando o pai ou a mãe tem nível superior, até 75% são alfabetizados plenos.
O peso da educação dos pais na dos filhos é mostrado ainda por dados do Pnud sobre jovens na América Latina. Quando os pais têm nível secundário, os filhos têm 5,4% de chance de chegar à universidade; já quando os pais têm nível universitário, os filhos têm 71,6% de chance de ir à faculdade. O pai de Vanderson, Jorge Salindo, estudou até a antiga 5 série; teve de ir "trabalhar em obra para ajudar em casa". 

No caso do copista, haveria mais um motivo: um sistema de ciclos ou progressão continuada malfeito. Aí, o aluno, mesmo só copiando, avança nas séries sem repetir. São em escolas com ciclo - prática que se intensificou no país a partir dos anos 1990 - que estudavam os copistas do estudo da USP e os que precisam do reforço da Santa Terezinha. Marilene Proença diz que o ciclo "é política cara", que requer ações como reforço e contraturno. Para Esther Grossi, o copista "é um fenômeno dos ciclos". 

A Secretaria estadual de Educação de São Paulo informou que oferece "o Projeto Intensivo de Ciclo, que possibilita recuperação da aprendizagem de leitura e escrita por turmas especiais". Secretária de Educação de Duque de Caxias, Roseli Duarte diz que a rede tem um programa de apoio com contraturnos. 

- Não podemos aceitar a existência de alunos copistas. Mas os ciclos são uma resposta à repetência, que, além de levar à evasão, nos anos iniciais causa a distorção idade-série - diz a secretária de Educação Básica do Ministério da Educação, Maria do Pilar. - Temos de pensar é em ações como educação integral, que já há em 15 mil escolas, e em qualificar os professores de alfabetização, com projetos como o Pró-Letramento, que já atingiu 300 mil professores.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

SEMINÁRIO HISTÓRIA DO TEATRO NORDESTINO



Acontece no dia 01 de junho, às 20 horas, no Cabaré dos Novos do Teatro Vila Velha, o Seminário História do Teatro Nordestino.
Evento integrado ao projeto Outras Histórias, promovido pel’A Outra Companhia de Teatro e contemplado com o Prêmio FUNARTE de Teatro Myriam Muniz 2011 na categoria Circulação, o seminário visa discutir a história do teatro nordestino a partir a memória de artistas e do trabalho de pesquisadores de todos os estados da região.
Dividido em quatro etapas compostas de uma mesa cada, realizadas em Salvador, Natal, Recife e Fortaleza, o seminário contará com a participação de atores, diretores, técnicos e pesquisadores da história do teatro em cada um dos estados do nordeste. A cada mesa serão convidados representantes de três estados diferentes que apresentarão as peculiaridades do teatro de seus estados, pontos de semelhanças e diferenças dos fazeres de cada lugar, contando histórias e curiosidades, compondo um panorama das artes cênicas da região.
Além do seminário, o projeto conta ainda com a realização de oficinas, intervenções urbanas e apresentações do espetáculo Mar Me Quer oitava montagem d’A Outra Companhia. 
A entrada do evento é gratuita.
Este projeto foi contemplado com o Prêmio FUNARTE de Teatro Myriam Muniz 2011 – Circulação.

SERVIÇO:
O QUE? SEMINÁRIO HISTÓRIA DO TEATRO NORDESTINO
QUANDO? DIA 01 DE JUNHO, ÀS 20 HORAS
ONDE? CABARÉ DOS NOVOS DO TEATRO VILA VELHA
QUANTO? GRÁTIS


CONTATO: ROQUILDES JUNIOR (71) 8811-4081 / LUIZ ANTÔNIO JR. (71) 8849-9308 / aoutra@gmail.com
REALIZAÇÃO: A OUTRA COMPANHIA DE TEATRO / TEATRO VILA VELHA / FUNARTE

domingo, 8 de maio de 2011

O BRASIL VIVE UMA ILUSÃO DEMOCRÁTICA


Em decisão totalmente arbitrária ontem, o Supremo Tribunal Federal decretou sua legitimidade para a união civil gay e adoção de crianças por duplas gays. Arbitrária porque, embora essa seja a vontade patente do governo, da mídia esquerdista, da militância gay e do STF, não é a vontade do povo.
Não dava para decidir conforme o povo quer? Pesquisas no Brasil indicam que o povo fortemente rejeita essas imposições, inclusive adoção de crianças por duplas homossexuais.
Alguém certa vez disse que a melhor forma de governo é o “governo do povo, para o povo e sob Deus”.
Do povo? Se dependesse dos sentimentos, tradições e valores do povo, os ministros do STF teriam julgado com justiça, não com ideologia.
Para o povo? Se os ministros do STF se preocupassem com os sentimentos, tradições e valores do povo, teriam votado a favor do povo, não contra ele.
Sob Deus? Com Deus, é possível defender a justiça e resistir às tentações ideológicas e politicamente corretas. Sem Deus, tudo é possível.
O que o governo, mídia liberal e militância gay não conseguiram através do Congresso Nacional, devido à resistência do povo, conseguiram mediante suas majestades do STF, escolhidas em grande parte por suas majestades do PT, impor uma decisão que vai contra os sentimentos, tradições e valores do povo, sejam de proteção ao casamento natural ou às crianças.
Esqueça os sentimentos, tradições e valores do povo. Esse é o governo do PT, para o PT e sob o PT.
Essa imposição segue a tradição socialista soviética e nazista. Só para lembrar: o Partido Nazista era oficialmente o Partido dos Trabalhadores Nacional Socialista.
O povo que escolhe socialismo, come socialismo a força, seja por meio dos tribunais ou decretos imperiais.