segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

MORRE O ESCRITOR GAÚCHO MOACYR SCLIAR

Escritor teve falência múltipla de órgãos e morreu à 1h de domingo (27).
Desde 2003, Scliar era membro da Academia Brasileira de Letras.

O escritor gaúcho Moacyr Scliar, 73 anos, morreu na madrugada deste domingo (27) no Hospital de Clínicas em Porto Alegre, por falência múltipla de órgãos devido às consequências de um acidente vascular cerebral (AVC).

Scliar havia sofrido um AVC na madrugada de 16 de janeiro enquanto se recuperava de uma cirurgia no intestino. De acordo com a assessoria de imprensa do hospital, o escritor morreu à 1h, na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Ele deve ser velado neste domingo na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, a partir das 14h. O sepultamento será na segunda-feira (28), em cerimônia reservada a familiares e amigos.

Moacyr Jaime Scliar nasceu em 23 de março de 1937, em Porto Alegre. Era casado com Judith, com quem teve um filho, Roberto. Seus pais, José e Sara Scliar, oriundos da Bessarábia (Rússia), chegaram ao Brasil em 1904. Formado em Medicina pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, era especialista em Saúde Pública e Doutor em Ciências pela Escola Nacional de Saúde Pública, tendo exercido a profissão junto ao Serviço de Assistência Médica Domiciliar e de Urgência.

Seu primeiro livro, publicado em 1962, foi "Histórias de médico em formação", contos baseados em sua experiência como estudante. Em 1968, publicou "O carnaval dos animais", de contos, que considerava de fato sua primeira obra.

Publicou mais de 70 livros de diversos gêneros literários – entre eles, os romances “O Exército de um homem só”, “A estranha nação de Rafael Mendes” e “O centauro no jardim” – e teve textos adaptados para cinema, televisão, rádio e teatro, inclusive no exterior. Era colaborador dos jornais Zero Hora e Folha de S. Paulo. Desde 2003, era membro da Academia Brasileira de Letras (ABL). Scliar ganhou três vezes o Prêmio Jabuti – a mais recente, em 2009, com o romance “Manual da paixão solitária”.


Fonte: G1

sábado, 26 de fevereiro de 2011

CRIANÇA SOBREVIVEU AO ABUTRE, FOTÓGRAFO SUCUMBIU À DOR


Kevin Carter disparou, em 1993, no Sudão, a foto que lhe viria a custar a vida, paradoxalmente, eternizando o fotógrafo sul-africano na galeria dos maiores repórteres fotográficos, com um “frame” icônico, o retrato de uma tragédia que não precisa de uma sílaba sequer. Quando fotografou aquela cena, em Ayod, no Sudão, em 1993, Kevin Carter teria visto, como quase toda a gente, na imagem de um abutre postado atrás de uma criança desnutrida, a metáfora perfeita para a fome que grassava, e matava, no Sudão. Disparou e pouco depois entrou no avião. O New York Times publicou a foto, que em 1994 viria a ganhar o prestigiado prêmio Pulitzer. Kevin Carter não suportou a glória de uma imagem que lhe recordaria a sua própria mortalidade, a sua própria face humana, que naquela tarde de 1993, no Sudão, se deixou dominar pelo brio profissional de capturar a imagem que melhor demonstrasse a tragédia que varria o Sudão. Conseguiu-o.

O Mundo viu, nessa foto, a morte e a fome, a morte pela fome. A opinião pública apressou-se a julgar e a condenar sumariamente a alegada frieza com que teria agido Kevin Carter, considerando que o fotógrafo poderia, e deveria, ter feito alguma coisa para salvar a criança. Kevin sentiu o mesmo e foi essa dor que o levou a pôr termo à própria vida, incapaz de suportar a ideia de não ter ajudado a salvar uma vida. [...]

A história de Carter é a de uma talvez infundada má consciência que o atirou para o consumo compulsivo de drogas, segundo o relato de dois amigos, Greg Marinovich e João Silva. [...] João Silva [...] foi o destinatário da carta deixada por Kevin quando do suicídio. A carta, conta João, “era enraivecida”. Nela, explica, Kevin justificava as drogas como “recurso fácil para a dor que sentia”.

Afinal, sabe-se agora, não era preciso ajudar aquela criança, que estava sendo ajudada pela ONU. Conta o El Mundo que a própria imagem ajuda a contar a história desconhecida, até agora, de Kong Nyong, a criança que escapou ao abutre e fintou a fome e a vida de Kevin Carter. Na mão direita da criança, vê-se uma pulseira de plástico da ajuda alimentar da ONU. Ampliando a foto, pode-se ver inscrita a sigla “T3”. “Usavam-se duas letras: ‘T’ para a malnutrição severa e ‘S’ para os que só necessitavam de alimentação suplementar. O número indica a ordem de chegada ao centro alimentar”, contou Florence Mourin, que coordenava os trabalhos naquele campo improvisado de ajuda alimentar.

Feita a explicação, a história, embora dura, parece mais linear: Kong Nyong sofria de malnutrição severa, foi o terceiro a chegar àquele centro e estava recebendo ajuda. Sobreviveu à fome e evitou o abutre. Segundo o pai, morreu em 2006, jovem adulto, vítima “de febres”, não de fome. Kevin Carter é que já não está aqui para testemunhar essa descoberta dos repórteres do El Mundo.

(Jornal de Notícias)

Nota: A presença da dor no mundo, sem dúvida, é um dos maiores “problemas filosófico-teológicos” com os quais os teístas têm que lidar. Se Deus é bom e todo-poderoso, argumentam alguns, por que Ele não faz nada a respeito do assunto? Se não faz, é porque não é tão bom ou não é tão poderoso. Desde Epicuro essa ideia, entre outras, vem sendo usada por ateus e incrédulos a fim de descartar a crença. Curiosamente, eu estava lendo o livro O Problema do Sofrimento (Ed. Vida), do ex-ateu C. S. Lewis, quando me deparei com a matéria acima. Veja o que ele escreveu nas páginas 108 a 111:

“Enquanto o homem mau não toma, na forma de sofrimento, consciência do mal inequivocamente presente em sua existência, ele está preso na ilusão. Uma vez despertado pelo sofrimento, ele sabe que, de uma forma ou de outra, está ‘face a face’ com o Universo real. Assim, ou se rebela (com a possibilidade de uma vazão mais evidente e de um arrependimento mais profundo em algum estágio posterior) ou faz alguma tentativa de adaptação, a qual se for buscada, haverá de leva-lo à religião. [...]

“Até mesmo os ateus se revoltam e exprimem [...] sua cólera contra Deus embora (ou porque) Deus, no ponto de vista deles, não exista. [...] Não resta dúvida de que o sofrimento, no forma de megafone de Deus, é um instrumento terrível, pois pode levar à rebelião definitiva e sem arrependimento [ou ao suicídio?]. Ele propicia, contudo, a única oportunidade que o homem mau pode ter para se emendar. Ele retira o véu ou finca a bandeira da verdade na fortaleza da alma rebelde. [...]

“Ora, Deus, que nos criou, sabe o que somos e que nossa felicidade repousa nEle, contudo não a buscaremos nEle enquanto Ele nos deixar qualquer outro recurso em que ela possa ser procurada de maneira plausível. Enquanto o que chamamos ‘nossa vida’ continuar satisfatório, não o entregaremos a Ele. O que, então, Deus pode fazer em nosso interesse, a não ser tornar ‘nossa vida’ menos satisfatória e privar-nos da fonte plausível da falsa felicidade? É justamente aqui, onde a providência de Deus parece a princípio ser mais cruel, que a humildade Divina [de aceitar aqueles que só se voltam para Ele na dor], o curvar-Se do Ser superior, mais merece louvor. [...]

“Os perigos da aparente autossuficiência explicam por que Nosso Senhor considera os vícios dos fracos e dissolutos de maneira tão mais tolerante que os vícios que levam ao êxito mundano. As prostitutas não correm o risco de achar a vida que têm satisfatória a ponto de não poderem se voltar para Deus. Já o orgulhoso, o avarento e o hipócrita estão correndo perigo.”

Muitas vezes, os pais têm que permitir que os filhos passem por situações difíceis a fim de que eles adquiram experiência em formem bom caráter. E não raro esses pais permitem isso com lágrimas nos olhos, acompanhando tudo de perto, ansiosos por abraçar o filho em processo de aprendizado. O Pai celestial também está “desesperadamente” interessado em nosso bem maior; em nossa segurança e felicidade eternas. E Ele sabe que isso somente será possível quando estivermos do outro lado da eternidade. Esse dia está próximo, mas, por enquanto, o processo de aprendizado prossegue. Deus sente nossa dor (e sentiu muito mais na Cruz...); caminha ao nosso lado com lágrimas nos olhos e corre até mesmo o risco de ser mal interpretado. Tudo para nos ajudar a fazer a mais importante das escolhas: aceitar a salvação que Ele oferece de graça. Se as lágrimas de dor hoje dificultam sua visão, aguarde o dia em que todas as perguntas serão respondidas – no colo do Pai.[MB] 

Fonte: Criacionismo 

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

MILTON HATOUM TERÁ VIDA E OBRA CONTADA NA TV

Série Autor por autor vai ao ar neste domingo na TV Cultura  

O escritor amazonense Milton Hatoum terá sua vida e obra retratada na série Autor por Autor, que será exibida neste domingo (27), às 19h30, na TV Cultura. Para mostrar Hatoum ao grande público, três atores entram em cena: Esther Góes, que interpreta a mãe do escritor; Cacá Amaral, que faz o papel do avô da Hatoum; e Emílio de Mello como o próprio autor. A série traça perfis de grandes nomes da literatura, com 48 minutos de duração, aproximando o público dos mais importantes autores contemporâneos brasileiros. O programa tem direção de Ricardo Elias.

Fonte: Publishnews 
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Nota: Dentre os romances e contos de Milton Hatoum, destaco e indico aqui, a leitura de Dois Irmão, seu segundo romance. O enredo se desenrola a partir dos gêmeos Yaqub e Omar, filhos de imigrantes libaneses. O relacionamento conturbado dos irmãos um com o outro e com os pais, Halim e Zana, marca a história do romance. Domingas, a empregada da família, tem um filho, que por sua vez se criou nesta casa e se tornou o menino de recado. É ele que, como testemunha, depois de adulto, irá narrar as histórias dos personagens dessa trama marcada por deslocamentos e desterritorizações, incesto, vingança, ódio e paixão.

A narrativa segue um curso não linear, através de fragmentos de lembranças do narrador, podemos acompanhar os fatos, não cronologicamente, o que no exige mais atenção na leitura. O início da história conta sobre a volta do Líbano de Yaqube, o filho mais velho, só depois então, saberemos os acontecimentos que antecederam a este fato e a tentativa da família de evitar conflitos entre os irmãos.

Apesar da natureza trágica que marca os romances de Hatoum, o autor expõe de maneira lírica, através de seu estilo literário e plástico, o qual envolve e nos leva à catarse de nossas emoções. Apesar do cunho ficcional, as obras trazem traços da realidade, inclusive do próprio autor, amazonense, filho de imigrantes, criado num território híbrido, de várias nacionalidades e línguas, estudou no exterior, voltou ao Brasil e atualmente mora em São Paulo.


Site oficial: Milton Hatoum


Duas frases do livro que marcaram a leitura. Para saber o personagem que falou, será preciso ler o romance.

 “Alguns dos nossos desejos só se cumprem no outro, os pesadelos pertencem a nós mesmos.”

“[...] a memória inventa, mesmo quando quer ser fiel ao passado.” 







quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

OS AMBIDESTROS SÃO MAIS SUGESTINÁVEIS

Um estudo da Montclair University, de Nova Jersey, revelou que as pessoas ambidestras, aquelas que escrevem e realizam outras atividades do dia-a-dia com as duas mãos, são mais sugestionáveis. 

A responsável pelo estudo, Ruth Popper, contou que os ambidestros são mais fáceis de serem persuadidos a sentir algo do que os destros. Para verificar se a ambidestria tinha alguma relação com a estabilidade emocional de cada um, Ruth tentou influenciar o estado de espírito de pessoas destras e ambidestras, pedindo que eles pensassem coisas alegres, tristes ou que as deixasse preocupadas, enquanto escutavam diferentes tipos de música clássica.

A pesquisadora descobriu que os ambidestros reportaram que assim que entraram no laboratório, tiveram sensações negativas, sugerindo que seu humor foi influenciado pelo ambiente. Eles também estiveram mais propensos a mudar de humor durante os experimentos. Os destros foram mais consistentes em seu humor, tiveram um fluxo menor de emoções. 

“Ambidestria pode ser um sinal de como o cérebro de uma pessoa é organizado”, diz Ruth. Segundo ela, estas pessoas têm o corpo caloso – estrutura que conecta os hemisférios esquerdo e direito do cérebro – mais largo. Por causa disto, há uma comunicação maior entre as duas metades do cérebro e isso poderia explicar a facilidade de persuasão.

Quase 90% das pessoas são destras. Já os outros 10% se dividem em canhotos e ambidestros. Aos ambidestros, fica o alerta: melhor pensar duas vezes antes de seguir o conselho de alguém! [NewScientist]

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

A BÍBLIA DO MACKENZIE

Por Carlos Lordelo

Os calouros da Universidade Presbiteriana Mackenzie ganharam no segundo dia de aulas um kit contendo mochila e uma Bíblia com o logotipo da instituição. “É desejo do Mackenzie que você encontre aqui não só conhecimento humano, mas que você conheça a Deus, relacione-se com ele e encontre alegria nesse relacionamento”, diz a universidade no texto de apresentação.



Além do Antigo e do Novo Testamento, o livro, em formato de bolso, traz informações sobre a Igreja Presbiteriana do Brasil, que controla o instituto responsável pelo colégio e pela universidade – descrita como “cristã, fiel à cosmovisão reformada e, ao mesmo tempo, comprometida com um ensino de qualidade, em ambiente de liberdade acadêmica e ausência de discriminação”.

Fonte: O Estadão

domingo, 20 de fevereiro de 2011

A MISÃO DE ATUAR

Crente convicto, Denzel Washington diz que o personagem Eli é mais um instrumento para propagar sua fé diante das câmeras.
Por Brett McCracken





Ele sempre inclui em seus autógrafos a frase “Deus te abençoe”. Nos sets de gravação, faz questão de expressar sua fé através de orações. No conforto de casa, medita nas Escrituras todas as manhãs – tanto, que acaba de completar a terceira leitura da Bíblia de capa a capa. Agora, na pele do personagem principal de O Livro de Eli (Sony Pictures), novo e apocalíptico filme de Hollywood, em cartaz no Brasil, Denzel Washington dá continuidade à carreira que considera como um verdadeiro ministério. Assim é o astro ganhador de dois Oscars e um dos mais consagrados atores de sua geração. Aos 55 anos, Washington saboreia a celebridade e a fortuna que conquistou ao longo de quase três décadas à frente das câmeras. Mundialmente famoso por sua participação em sucessos de bilheteria como Tempo de Glória, Filadelfia e Dia de Treinamento, ele não deixa de dar glórias a Deus por tudo.

Em O Livro de Eli, Washington interpreta um misterioso peregrino guiado por Deus para proteger o último exemplar da Bíblia Sagrada num cenário de devastação nuclear. Ele deve guardar o livro e entregá-lo a quem seja digno de usá-lo para reerguer a humanidade, mas precisa enfrentar aqueles que querem apoderar-se das Escrituras e fazer delas instrumento de poder – particularmente, o tirânico Carnegie (Gary Oldman). Mas, apesar da nobreza da missão, Eli por vezes recorre a uma violência maior do que a dos vilões que tem pela frente. Ele só começa a mudar após conhecer uma menina (Mila Kunis) que o faz lembrar que, muitas vezes, o radicalismo em relação às coisas consideradas sagradas pode cegar o homem. Uma metáfora do que acontece na vida de muita gente, inclusive crentes sinceros, tão zelosos da Palavra de Deus que se esquecem de que o mais importante não é possuí-la, mas viver de acordo com seus ensinos.

É possível encontrar fé por todo lado no filme. Tudo bem que os diretores (e irmãos) Albert e Allen Hughes tenham usado e abusado dos clichês, mas a campanha de divulgação nos Estados Unidos apostou na terminologia religiosa, e a expectativa é de que a obra seja lembrada pelo conteúdo – além, é claro, de que renda seus milhões. Mas, a julgar pelas palavras de Denzel Washington, sua participação nele é muito mais do que mero trabalho. “A grande mensagem de Eli é ‘faça mais pelos outros do que você faria por você mesmo’”, diz o ator. Nas filmagens, ele tentou influenciar os colegas de elenco e a equipe técnica. “Nós orávamos por tudo, todos os dias”, garante. “Tenho tentado agir desta forma, ainda que nos piores papéis, como em Dia de Treinamento”. Ali, na pele do agente de polícia Alonzo Harris, faturou a segunda estatueta da Academia como ator principal.

O artista diz que sempre escolhe papéis através dos quais possa direcionar uma “mensagem positiva” ao público ou até mesmo refletir a profundidade de sua fé pessoal. De forma similar ao personagem de Washington em Chamas da Vingança, a violência de Eli tem ao menos a justificativa de proteger inocentes. “Não foi tão fácil encenar o papel”, reconhece. “O cara é mais violento do que Malcolm X”, compara, em referência ao ativista negro que encarnou no filme homônimo, de 1992.  Contudo, na vida real, o ator é um homem calmo, desses que costumam ser definidos como “de família”. Casado há 26 anos com Pauletta e pai de quatro filhos – John David, Katia e os gêmeos Malcolm e Olivia –, Denzel Washington está longe daquele estereótipo de Hollywood, onde os astros não são exatamente conhecidos pela vida conjugal estável.
 
Estrelato – O comportamento discreto fora de cena tem explicação. É que a fé evangélica é parte fundamental da vida de Washington desde sempre. Filho de um pregador pentecostal de Mount Vernon, no estado de Nova Iorque, ele é membro ativo da Igreja de Deus em Cristo. “Creio que Jesus é o Filho de Deus”, professa. “Fui certa vez preenchido em meu coração com o Espírito Santo, e eu sei que isso é real”. O ator conta que a conversão, ocorrida na adolescência, foi um momento íntimo com Deus. “Comecei a chorar como um bebê, e a assustar-me com tamanha realidade, pois não entendia o que estava acontecendo. Foi uma experiência muito forte”, narra. “Eu pensava que ‘Deus é amor’ fosse apenas uma expressão. Levou um tempo até que eu entendesse o verdadeiro significado daquelas palavras. Se você não consegue amar aqueles que estão ao seu redor, então você não tem nada.”

Embora não seja declaradamente um grande fã da palavra “religião”, ele não tem vergonha de falar abertamente sobre suas convicções cristãs. Certa vez, perguntou ao seu pastor se porventura poderia ter uma vocação para ser ministro do Evangelho. A resposta foi taxativa: “Você já não está falando para milhões de pessoas?”. Como seu personagem Eli, Washington acredita em chamadas proféticas, e tenta fazer o máximo que pode para cumprir o que pensa ser o ministério que o Senhor lhe reservou. Ele relembra um episódio de quando tinha 20 anos, que demonstra como relaciona sua fé com a carreira. Em 1975, o então estudante estava no salão de beleza da mãe quando ouviu de uma cliente uma palavra estonteante. Aquela mulher, chamada Ruth Green, era uma crente conhecida na cidade como profeta de Deus e disse claramente a Washington: “Meu filho, você viajará pelo mundo e falará a milhões de pessoas”. E foi exatamente o que ocorreu, embora de forma inusitada.

Naquele verão, Washington foi voluntário num acampamento da Associação Cristã de Moços. Os conselheiros realizavam diversas atividades para as crianças, e alguém sugeriu que ele atuasse, pois já demonstrava habilidades cênicas. No outono daquele ano, começou a estudar jornalismo na Universidade Fordham, curso mais tarde abandonado. A sua primeira grande oportunidade cinematográfica foi proporcionada pelo diretor Richard Attenborough, que o convidou para desempenhar o papel do ativista sulafricano Steve Biko em Um Grito de Liberdade, de 1987. Dois anos depois, conquistou o Oscar por seu papel coadjuvante no épico Tempo de Glória, sobre um batalhão de soldados negros na Guerra de Secessão americana. O Dossiê Pelicano, ao lado de Julia Roberts, e Filadelfia, em que atuou como o advogado do personagem homossexual e soropositivo vivido por Tom Hanks, levaram-no definitivamente ao estrelato.
 
“Fazer o melhor” – Denzel Washingtonreconhece que foi colocado por Deus em uma posição única. “Sinto-me capaz de fazer o meu melhor, pregando com minha arte”, explica. Uma passagem bíblica que chama particularmente sua atenção é o texto de Provérbios 4. Ele diz que o sábio Salomão o faz pensar sobre a própria vida. “Tenho uma casa enorme, com todas essas coisas, mas o Senhor me fez ver que não posso carregar tudo comigo quando partir”. O ator conta que tem sido motivado a buscar sabedoria, tema constante em seus devocionais. “Não posso ser mais bem sucedido. Mas eu posso ser alguém melhor. Posso aprender a amar mais, a ser mais compreensivo, a obter mais sabedoria”, aspira. Aliás, caso se visse na mesma situação que Eli, tudo o que o ator gostaria de ter seria justamente uma Bíblia. “Acho que ter fé é escutar aquela vozinha dentro de você, não ser intimidado ou desencorajado pelos outros e seguir sua missão na vida”, diz. “Minha mãe me dizia que é interessante fazer o bem, mas é preciso fazê-lo da maneira certa.”

Sobre o próprio talento, o astro é bem objetivo: “Recebi algumas habilidades, e as encaro da seguinte forma: O que farei com o que tenho? E quem será exaltado com isso tudo?”. Além de seu envolvimento com a obra de Deus – ele doou 2.5 milhões de dólares para a construção das novas instalações de sua igreja, em 1995 – é um grande patrocinador do programa Boys and girls clubs of America (do qual ele participou quando criança), dentre outra ações de caridade. Ciente de que é um privilegiado, Denzel Washington só quer poder falar como seu personagem Eli, no fim do filme, citando a conhecida passagem de II Timóteo 4.7: “Lutei o bom combate e guardei a fé”.

Fonte: Cristianismo Hoje

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sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

O JEGUE E OS LIVROS

Por Galeno Amorim

Nem adianta perguntar pelo paradeiro do Manoel Ribeiro Filho por lá. Dificilmente alguém vai saber responder. Já do Barraca e suas proezas não há por ali quem não tenha ouvido falar. Nascido e criado em Auzilândia, lugarejo de quatro mil habitantes no meio do caminho para a Serra de Carajás, agora ele é famoso no lugar.

O apelido, naturalmente, é bem autoexplicativo. E foi conquistado a duras penas. Todo mundo tinha na ponta da língua alguma encrenca em que o moleque já se metera. Ele vivia às voltas com as drogas. E fugia como o diabo da cruz dos conselhos e sermões dos mais velhos.

O certo é que, nem entre os próprios amigos e familiares, não havia quem apostasse muita coisa pro futuro daquele menino rebelde, indisciplinado e com um boletim escolar de fazer dó, com as notas mais baixas da classe.

Só que um dia o Barraca mudou. Da água pro vinho.

Ninguém sabe ao certo como o milagre se deu. Uns dizem que o responsável por tudo foi um jegue, animal quase sagrado na vida do sertão. Outros, que foram os livros.

O caso é que certo dia a professora resolveu fazer um convite ao mais insolente de todos os seus alunos. E convocou Barraca a colaborar no novo projeto da escola. O menino teria que conduzir pelas ruas do povoado, semana sim semana não, um jegue. No lombo do animal, colocariam um jacá colorido, cheinho de livros. Eram livros para serem oferecidos e lidos pelas pessoas que estivessem passando na rua.

E quem é que teria que convencer as pessoas a ler?! Sim, justo ele que nunca fora dado aos livros, cadernos, quadro-negro, essas coisas...

Mas, por que não?!, assoprou, na mesma hora, em seu ouvido, o bichinho da dúvida - que, afinal, todo mundo tem o seu. Aquilo tudo, ele conclui, tinha cheiro de confusão na certa. Ele topou, é claro.

Com o jumento à frente, a festiva procissão dos livros saía, com toda pompa, à cata de possíveis e preguiçosos leitores. Em dado momento, eles espalhavam os livros pelo chão, sobre um lençol. Para conquistar um leitorzinho que fosse, valia tudo.

- Quem quiser que pegue o seu! - gritava o camelô de livros emprestados.

Muitos, de fato, apanhavam o seu. E liam até. Sem uma biblioteca, uma livraria ou uma banca de jornal que fosse, esse era o único jeito de conseguir um livro por aquelas bandas.

A ideia logo pegou.

Mas um dia Barraca, solerte motorista da biblio-jegue (um dos tantos apelidos inventados pelo povo), estranhou que alguns daqueles homens e mulheres de mãos calejadas, cansados da labuta da vida, só folheavam. E, às vezes, folheavam de cabeça pra baixo.

Não sabiam ler, ele concluiu. E, pelo visto, não tinham nenhum orgulho disso. Principalmente quando estavam na frente dos netos pequenos.

Barraca - que, até então, batia no peito, orgulhosamente, para dizer que não lia mesmo por pura vagabundice - foi tocado, nessa hora, por um estranho sentimento de compaixão. Resolveu, então, dar uma mãozinha para esses. Pegou um desses livros com muitas figuras, letras grandes e poucas páginas e passou a ler para eles.

Quando se deu conta, já tinha tomado gosto pela coisa. E a vida dele, aos poucos, ia mudando. Daí a se tornar um contador de histórias - figura mítica que tem se multiplicado pelo país afora com espantosa rapidez - foi um pulo.

A primeira transformação é que Barraca passou a ser reconhecido nas ruas. Agora, por uma causa boa. Gostou disso. Quando a meninada o chamava de tio, ele se sentia importante, com sua autoestima lá no topete.

Em pouco tempo, se tornaria professor na alfabetização de jovens e adultos. Logo ele...

Hoje em dia, o Barraca já não existe mais. Deu lugar ao Manoel, cidadão de bem que vive no município de Vista Alegre do Alto, nos grotões do Maranhão. Que descobriu que, se ler para si pode ser uma atitude cidadã, ler para o outro é, sobretudo, um ato de amor.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

O Pequeno Principe

Fontanar vai lançar continuação de Alejandro Guillermo Roemmers para “O pequeno príncipe”

Mais um clássico da literatura terá sua continuação escrita por um diferente autor. O Fontanar, selo da Editora Objetiva, acaba de comprar os direitos da edição ilustrada de O retorno do jovem príncipe, do argentino Alejandro Guillermo Roemmers. Inspirado no clássico de Saint-Exupéry, o livro é uma fábula sobre a volta do Pequeno Príncipe, já adolescente, para a Terra. A obra foi escrita com o aval da Fundação Antoine de Saint-Exupéry. Além do Brasil, Itália, Portugal e Alemanha também compraram os direitos da obra.


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Nota: A leitura do Pequeno Príncipe é indicada para todas as idades. O livro que narra a história do Príncipe e suas peripércias, traz uma nova luz sobre a fidelidade de uma amizade. Nos desperta quanto a nossa responsabilidade de cuidarmos daqueles que em algum momento conquistamos com nosso sorriso, nosso carinho.

Um encontro poético com o nosso inconsciente. Com as lembranças e a infância que existe dentro de toda "gente grande". A subjetividade é evidenciada e nos leva a cada momento à reflexão. A inocência de uma criança, pode levar à reflexão os mais crueis dos adultos. A imaginação aguçada do Pequeno Príncipe, pode nos revelar em um desenho de chapeu, uma jiboia que engoliu um elefante; "as pessoas grandes não compreendem nada sozinhas".

Foi a sua inquietação em viver no seu mundinho solitário em companhia de uma flor numa redoma de vidro e três vulcões, que trouxe o Pequeno Príncipe a Terra e que levou a conhecer a rapousa, por quem desenvolveu uma grande amizade.

"Cada um que passa em nossa vida, passa sozinho, pois cada pessoa é única e nenhuma substitui outra. Cada um que passa em nossa vida, passa sozinho, mas não vai só nem nos deixa sós. Leva um pouco de nós mesmos, deixa um pouco de si mesmo. Há os que levam muito, mas há os que não levam nada. Essa é a maior responsabilidade de nossa vida, e a prova de que duas almas não se encontram ao acaso."

Na verdade, a ficção do Pequeno Príncipe viajando mundos, conhecendo outros espaços, bem parece com a realidade da vida do próprio autor, o francês Antoine de Saint-Exupery. Ele foi piloto da Segunda Guerra Mundial. Por muitos anos sobrevoou lugares que, na época, não se imaginava chegar com os recursos limitados do século XIX. Morreu aos 44 anos em 1944 numa missão, seu corpo nunca foi encontrado. Somente os destroços, foram achados em 2004.

"Você não sente que está morrendo. Simplesmente sente que está caindo no sono e começando a sonhar."
 

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

PRÊMIO DA LITERATURA NACIONAL

Inscrições abertas para o 1º Prêmio da Literatura Nacional

Vencedor em cada uma das categorias ganha R$ 3 mil, edição do livro e contrato com agência literária

PublishNews



O Fórum de Escritores abre inscrições para o 1º Prêmio da Literatura Nacional nas categorias: Melhor Livro de Contos, Melhor Livro de Poesia e melhor Livro de Romance. A premiação completa inclui: R$ 3 mil em dinheiro, um contrato de edição de 5 mil exemplares com a editora Lítero Editorial, além de um contrato de 3 anos com a Agência Literária. Há uma taxa de inscrição de R$ 55 por obra.
 
Para outras informações, clique aqui.
 

COMO JÚLIO VERNE INSPIROU A NASA

Esta semana se comemorou o aniversário de Júlio Verne, dia 8 de Fevereiro, e até o Google participou das festividades. O famoso escritor francês ficou conhecido por suas obras de ficção científica, se é que poderia ser chamada de ficção, que serviram de inspiração até mesmo para a criação da agência espacial dos Estados Unidos, a NASA.

Vários livros dele pareciam prever a direção em que a humanidade evoluiria, como quando cita a criação de submarinos no livro “Vinte Mil Léguas Submarinas” de 1870 ou as viagens espaciais em “Da Terra à Lua” de 1865. Na época, o autor acreditava que a nave seria lançada através de um canhão, chamado na história de “Columbiad”, uma referência a um canhão utilizado na guerra de 1812.

Júlio Verne tinha um incrível dom de escrever sobre ficção de forma que ela se confundia com a realidade. Seu primeiro livro, “Cinco Semanas em um Balão”, oferecia tantos detalhes que fazia com que as pessoas se perguntassem se era uma história fantasiosa ou um relato de aventuras que realmente aconteceram.

Módulos espaciais (Foto: Divulgação) 
Módulos espaciais (Foto: Divulgação)
Neil Armstrong, comandante da Apollo 11 chegou a declarar: "Cem anos atrás, Júlio Verne escreveu um livro sobre uma viagem à Lua. Sua nave, Columbia, partiu da Flórida e pousou no Oceano Pacífico após completar uma viagem à Lua. Parece apropriado para nós dividir com vocês algumas das reflexões da tripulação conforme a Columbia dos dias de hoje completa seu reencontro com o planeta Terra no mesmo Oceano Pacífico amanhã".

As citações de Júlio Verne passam de previsões a coincidências instigantes. Ele estimava que a missão custaria o equivalente a $12.1 bilhões de dólares em valores atuais, valor que estava incrivelmente próximo dos 14.4 bilhões que custou a Apollo 8, o primeiro veículo tripulado a circunavegar a Lua. O lançamento ocorreu a 212 quilômetros de onde o autor havia indicado.

Para completar, a tripulação da nave do livro se chamava Ardan, Barbicane e Nicholl, enquanto a da Apolo 8 era Anders, Borman e Lovell. Até mesmo as cápsulas espaciais partilhavam semelhanças, como vistas na imagem.

Fonte: TechTudo
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Nota: Indico a leitura de Volta ao Mundo em 80 dias, um clássico de Verne, uma aventura na qual é possível embarcar com o personagem Phileas Fogg e viajar pelo mundo numa plasmação entre o fictício e o real. E torcer para ele ganhar a aposta de dar a volta ao mundo em oitenta dias.

Emily Bronte vence Shakespeare em disputa de fala mais romântica

Edições Bestbolso, R$ 19,90
Os britânicos escolheram uma frase do romance "O Morro dos Ventos Uivantes", de Emily Bronte, como sendo a mais romântica da literatura inglesa.

Uma pesquisa conduzida com 2.000 adultos, encomendada pela Warner Home Video para acompanhar o lançamento em DVD da comédia romântica "Com o Pé na Estrada", mostrou que 20 por cento dos entrevistados escolheram a frase "seja do que for que nossas almas são feitas, a dele e a minha são iguais".

A declaração feita pela personagem Catherine Earnshaw sobre o amor que sentia por Heathcliff ficou à frente na pesquisa de uma frase de Winnie Puff, o ursinho criado pelo escritor inglês A.A. Milne: "Se você viver até os 100 anos, espero viver até ter 100 anos menos um dia, para que eu nunca precise viver sem você".

O dramaturgo mais famoso da Inglaterra, William Shakespeare, foi o terceiro colocado, com um verso de sua peça "Romeu e Julieta": "Mas, espere! Que luz é essa que surge por aquela janela? É o leste, e Julieta é o sol".


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Nota: O romanceu deu origem ao filme homônimo. Muito lindo, romântico e faz qual quer um se emocionar.

"No final do século XVIII, em uma área rural da Inglaterra, surge com o tempo uma violenta paixão entre Catherine Earnshaw (Juliette Binoche) e o cigano Heathcliff (Ralph Fiennes), seu irmão adotivo. Criados juntos, eles são separados pela morte do pai de Catherine e a crueldade de como Hindley Earnshaw (Jeremy Northam), seu irmão, trata Heathcliff. Quando Heathcliff fica sabendo que ela vai casar com Edgar Linton (Simon Sheperd), um homem rico e gentil, Heathcliff foge para fazer fortuna, ignorando o fato de que Catherine o ama, e não o futuro marido. Dois anos depois, Heathchliff retorna para vingar-se de Hindley e Edgar e do abandono que Catherine lhe infligiu".

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Esperança contra a depressão

Fonte: Lição 7 da Escola Sabatina



Sábado à tarde



Verso para Memorizar: “Perto está o Senhor dos que têm o coração quebrantado e salva os de espírito oprimido” (Salmo 34:18).

Leituras da semana: Sl 42, 31:10; 39:2-7; 32:1-5; 1Jo 1:9; Mq 7:1-7; Ap 21:2-4

A depressão, ou extremo desânimo a ponto de tornar a pessoa inválida, tem sido experimentada desde o começo do pecado. Vários personagens da Bíblia exibiram sintomas que, hoje, provavelmente preencheriam os critérios de diagnóstico da depressão.

A perda da esperança é um sintoma da depressão, e a mensagem bíblica de esperança pode nos oferecer muito, em contraste com um mundo que oferece tão pouco. Todos, às vezes, passam por momentos de desânimo extremo por qualquer variedade de motivos. Não é de admirar, portanto, que a Palavra de Deus esteja cheia de promessas que, não importando nossa situação, podem dar a todos nós motivos para esperar um futuro melhor, se não neste mundo, certamente no porvir.

Claro, quando a depressão é séria, é importante procurar ajuda profissional, tanto quanto possível. Por meio dessas pessoas, o Senhor pode trabalhar para ajudar aqueles que estão em necessidade de cuidados especiais. Afinal, independentemente de seu relacionamento com Deus, se estivesse fisicamente doente, você buscaria a ajuda de um médico ou profissional de saúde. O mesmo acontece com os que estão sofrendo de depressão clínica severa, que frequentemente é provocada por uma predisposição genética e desequilíbrio químico no cérebro. Assim, até mesmo os cristãos, às vezes, podem precisar da ajuda de profissionais.