domingo, 19 de dezembro de 2010

O Deus vivo e o Deus não-existente


Deus existe? A maioria das pessoas acredita que sim. Mas dentro dessa maioria há grupos que pouco se importam com os fundamentos bíblicos do cristianismo e outros que se importam tanto com os dogmas que se esquecem de ser cristãos; há aqueles que invocam Jeová para praticar atrocidades e outros que invocam a Deus para que os defenda de tamanhas atrocidades.

Deus não existe? Alguns ateus são denominados “brights”(brilhantes), e de fato, muitos deles possuem uma trajetória intelectual brilhante. Eles renegam qualquer pensamento de explicação sobrenatural da história do universo e do homem: Daniel C. Dennett considera inviável o convívio entre ciência e religião, como se o indivíduo não pudesse conciliar ambas. Christopher Hitchens chegou a apregoar a irrelevância do cristianismo na tradição cultural da humanidade. Bem se vê que na luta para suprimir a fé e eleger exclusivamente a Razão, pode-se perder a razão.

Sobre um personagem de um conto em Ficções, Jorge Luis Borges diz que “Buckley não acredita em Deus, mas quer demonstrar ao Deus não-existente que os homens mortais são capazes de conceber um mundo”. Talvez essa frase foi dirigida aos  que duvidam da existência de Deus porque prefeririam que Ele não existisse, pois seria um "obstáculo" aos seus planos de vida.

Por isso, cresce o número de páginas para falar da não-existência de Deus ou que as coisas não são bem assim como Moisés, Lucas e João contaram. Como escreve João Pereira Coutinho: “Acho estranho que um ateu se preocupe com aquilo que, para ele, não existe. Nada é mais estranho do que um ateu convicto que não acredita em Deus e abomina Deus”.

Nem todos os ateus nos apontam o dedo no rosto, como muitos religiosos costumam fazer. Nem todos os cristãos ficam enervados quando alguém não concorda com o que dizem, como alguns ateus que perdem a razão. Se Deus existe, porém, tenho que considerar dois argumentos: Ele existe e eu rejeito lucidamente; Ele existe e eu aceito lucidamente. Você encontrará mais e melhores argumentos para rejeitar ou aceitar, mas todos, em algum momento de suas existências, se vêem diante da oportunidade de escolha entre o Deus vivo de Pedro e Paulo e o Deus não-existente de Marx e Nietzsche.


Nota: A sabedoria do homem é loucura para Deus. Nem mesmo o homem mais inteligente pode provar a inexistência dAquele que é real e que trouxe todas as coisas à existência, "Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez" João 1:3.

Tópico Relacionado: Crer é também pensar

Nenhum comentário: