sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Mãe convence filhos a ficar sem internet e conta experiência em livro

Fonte: BBC Brasil
Maushart diz que seus filhos 'habitavam a mídia eletrônica'
Muitos pais talvez se preocupem com o tempo gasto por seus filhos – e por eles próprios – na internet, mas provavelmente poucos ousariam passar seis meses completamente longe da web, da TV e de smartphones.

Foi o que fez a autora americana-australiana Susan Maushart, 52, que convenceu sua família a passar um semestre "desplugada" - experiência que foi "um alívio", diz.

Como resultado, relata Maushart à BBC Brasil, seus filhos aprenderam a fazer “uma coisa de cada vez”, e um deles até mudou seu rumo profissional por causa do experimento.

Escritora e colunista de uma revista australiana, Maushart havia começado a se preocupar com o fato de que seus três filhos adolescentes "não usavam a mídia eletrônica, eles habitavam a mídia eletrônica".

“Temia não tanto o cyberbullying e coisas do tipo, mas a quantidade de tempo que eles passavam conectados, o impacto disso nas suas relações, nas suas refeições e no seu sono”, diz Maushart. “As meninas (na época com 14 e 18 anos) passavam todo o tempo olhando fotos no Facebook.”

O experimento
Durante uma conversa com seu filho, então com 15 anos, enquanto ele jogava videogame, Maushart se perguntou como seria a vida se eles não tivessem tantas tecnologias. “Ele me respondeu que a vida seria uma chatice.”

A partir disso, a escritora teve a ideia do experimento: passar seis meses “offline”. Pouco depois do Natal de 2008, removeu de sua casa, no oeste da Austrália, todas as TVs, PCs e smartphones. O uso de computadores estava liberado na universidade e no trabalho, e o celular “simples” também era permitido.

Os adolescentes aceitaram o desafio depois de serem "subornados" pela mãe, que lhes prometeu parte dos lucros caso conseguisse transformar a experiência em livro (o que de fato ocorreu: The Winter of Our Disconnect - O inverno de nossa desconexão, em tradução livre - ainda é inédito no Brasil). 

“Mas depois eu soube que eles toparam porque acharam que eu não seria capaz de levar o projeto adiante”, diz a autora.

Isso porque a própria Maushart praticamente mantinha um “caso” com seu iPhone, admite. “Levava ele comigo ao banheiro, comprava capinhas para ele e dormia com ele."

Então, forçar-se a ficar longe de tudo isso não lhe causou angústia? “Na verdade, senti um grande alívio”, diz. “Foi algo libertador. Não me senti tentada (a usar o iPhone). O que mais senti falta foi de não poder entrar no Google o tempo todo. A experiência me fez desistir da compulsão de querer saber tudo.” [Continue lendo]

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Nota: Quanto tempo você sobreviveria sem internet? A operadora Oi no final do ano deixou muitos sem banda larga e telefone móvel devido ao incêndio em sua central. Pessoas na Capital baiana e outras cidades ficaram incomunicáveis. E ai, o quê fazer? O avanço da tecnologia têm nos ajudado muito, mas o uso desequilibrado é prejudicial. Une pessoas virtuais e afasta relacionamentos reais; muita informação em diversas janelas e pouco aprofundamento no conteúdo; muita leitura fragmentada, e pouca reflexão. É preciso aprendermos a usar a tecnologia ao nosso favor.

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